Crônica: Antônia

by - novembro 18, 2022

         
     Todos os dias, Antônia acorda as 5 horas da manhã, faz seu café e vai para seu trabalho no centro de Belo Horizonte. Seu turno como faxineira começa às 7 em um hotel e todos os dias é uma luta para pegar seu ônibus; quando ele não está atrasado, ele está lotado. 

    Naquela manhã de sexta-feira, ela achou que seria mais um dia, mas, quando chegou na estação, se deparou com uma algazarra fora do normal: estação mais lotada que o de costume, ônibus parados e pessoas gritando. Indignada, pensou ser mais uma greve dos motoristas, daquelas que nunca davam em nada e só atrapalhava a vida do trabalhador (que, diga-se de passagem, já não era fácil). Resolveu então se achegar para mais perto da multidão para saber o que estava acontecendo. 

    Antônia viu várias pessoas xingando, outras concordando; percebeu que a manifestação não era dos motoristas e sim dos usuários, protestando contra a redução de ônibus. Pensou em pegar um Uber, mas lembrou-se que seu patão ainda não a reembolsara da semana de greve; pensou em pedir uma carona até o centro, mas ficou com medo pois esse acontecesse algo a ela, quem iria cuidar do filho e de sua mãe doente? 

     Resolveu então apenas mandar uma mensagem para o patrão, dizendo que a estação estava fechada e iria chegar atrasada. Abriu o livro que estava em sua bolsa a semanas e nem tinha começado, sentou-se no meio fio e esperou o caos passar.

***

    Hey pessoinhas como estão?? Vim compartilhar esse texto com vocês! Foi um exercício do primeiro período da faculdade, da disciplina "Introdução a Linguística: Língua, Texto e Discurso", onde o propósito era criar uma crônica baseada em uma reportagem a nossa escolha. 
    


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