Citando: Manuel Bandeira

by - fevereiro 28, 2016

Desencanto

Eu faço versos como quem chora 
De desalento, de desencanto 
Fecha meu livro se por agora 
Não tens motivo algum de pranto. 

Meu verso é sangue, volúpia ardente 
Tristeza esparsa, remorso vão 
Dói-me nas veias amargo e quente 
Cai gota a gota do coração. 

Esse versos de angústia rouca 
Assim dos lábios a vida corre 
Deixando um acre sabor na boca. 

Eu faço versos como quem morre. 
Qualquer forma de amor vale a pena! 
Qualquer forma de amor vale amar! 



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