Citando: Jonh Clare

by - setembro 18, 2016

Eu sou

Eu sou mas o que sou ninguém se importa ou conhece,
Meus amigos desistiram de mim, como uma memória perdida.
Sou o consumidor das minhas próprias mágoas.
Elas ascendem e desaparecem em chão estéril,
como sombras em dores delirantes de um amor sufocado.
E ainda assim eu sou, eu vivo – como vapores tremulantes.

Em meio a uma nada ruidoso e escarnescente,
Em meio a um vivo mar de sonhos vigilantes,
Onde não há sentido de vida ou alegrias,
Só o vasto naufrágio das minhas aporias,
E a mais desejada, a que eu amei mais,
É-me estranha – ou pior, mais estranha que as mais.

Anseio por cenas onde o homem nunca trilhou.
Um lugar onde as mulheres nunca sorriram ou choraram.
Há a cumprir com o meu Criador, Deus.
E dormir como eu dormia docemente na infância.
Tranquilo e despreocupado onde repouso.
A grama abaixo – por cima o céu abobadado.

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